22 de fevereiro de 2008

Chatos por um Brasil melhor!!


Mais uma vez a indignação quebrou o movimento natural das coisas no Brasil.

Estávamos, eu e dois amigos, saindo de um supermercado aqui em Fortaleza comentando sobre a falta de educação do povo. Do povo que estaciona ocupando duas vagas ou, pior ainda, dos que estacionam nas vagas de cadeirantes. Pois não é que nessa hora pára um carro com duas mulheres, um senhora e sua filha de uns 30 e muitos anos, exatamente na vaga de cadeirantes.

Pois foi nessa hora que o sangue esquentou e eu parei de braços cruzados na frente do carro esperando qual das duas iria sair de cadeira de rodas ou pelo menos de muletas. Pois é, nenhuma saiu. As duas saíram andando normalmente para fazer compras. E eu disse pra elas e pra todos ao redor: "Vaga de deficientes, viu!!" Foi aí que a mais nova se emputou. Partiu pra cima da gente dizendo que era deficiente. Que era cadastrada no INSS. Que daria os dados dela e se fosse verdade iria nos processar. Acredita? A louca, além de errada ainda partiu pra cima. Pois rolou um bate boca enorme no estacionamento do supermercado. Dissemos pra ela que ela só podia ser deficiente mental e que a vaga não era pra esse tipo de deficiência e sim para cadeirantes. E a doida ficou mais louca ainda. Coitada dela.

Depois disso fomos embora e ela foi fazer as compras dela. Hoje me arrependo de não ter mesmo pego os dados dela e averiguar a veracidade. Porque se for verdade que ela é deficiente pelo INSS, ou é deficiência auditiva ou coisa parecida, ou é fraude. Independente disso é que, mesmo deficiente, ela estacionou errado. A vaga era pra cadeirante, o que nenhuma das duas eram, e pra estacionar lá precisa de identificação no carro, o que também não tinha.

Essa é só mais um historinha pra ilustrar que eu sou chato mesmo. E vou continuar sendo. CHATO POR UM BRASIL MELHOR!! Se toda vez que alguém estacionar em vaga de deficiente, furar fila, estacionar no prédio passando a faixa que divide as vagas, não der a cadeira pra idosos no ônibus, e coisas civilizadas do tipo, este cidadão levar uma descompustura em público as coisas mudam.

Temos que exercer controle social sobre a nossa comunidade. Porque brasileiro é assim mesmo, vai entrando, entrando, e se deixar faz e acontece. Faz parte do jeitinho brasileiro. "Enquanto ninguém reclamar eu não estou fazendo nada errado."

A gente tem mesmo é que meter a mão nos peitos e dizer em voz alta: tá errado, você está errado!! Só fazendo esse tipo de gente passar vergonha pra ver se começam a pensar duas vezes antes de repetir a falta de educação. O negócio é tolerância zero pra gente folgada.

11 de fevereiro de 2008

Artes Performáticas em Fortaleza

Segue trecho de um artigo que estou tentando escrever para uma cadeira da facudade, futuramente eu coloco ele todo pra download:


Em Fortaleza já existem casas de espetáculos em bom número, algumas de boa qualidade e outras de qualidade regular, tanto de administração pública quanto privada. A conclusão da existência de um bom número se dá pela ociosidade encontrada nestes equipamentos. Assim, as grandes questões atuais no setor local de Artes Performáticas está no consumo, administração das casas de espetáculos e gestão dos projetos culturais a serem apresentados ao público. Apenas com uma administração profissional das casas e dos projetos, aliados a uma melhor administração mercadológica dos serviços e bens relacionados à atividade, é que se formará uma massa consumidora crítica que possibilitará a realização do potencial deste mercado. Além disso, só assim o poder da indústria criativa em desenvolver a cidade será real para este setor.

5 de fevereiro de 2008

Boemia Produtiva

Acabo de ler o livro "Desejo de Status", do filósofo Alain de Botton. Muito esclarecedor e intrigante. Indico para quem quiser ter um melhor controle sobre as angústias de nosso tempo. O autor primeiramente as causas do desejo de status que é comum a todos, em maior o ou menor intensidade. Isto já nos dá conhecimentos para ter uma outra postura e ponto de vista na vida. Porém, a segunda parte do livro é mais pragmática e alentadora. O autor propõe algumas posturas que podemos tomar, não para ficarmos imunes ao desejo de status, mas para diminuir a aflição que o desejo nos causa e conseqüentemente viver melhor.

Dentre as posturas propostas, a qual eu mais me identifiquei foi com a boemia. Segundo o autor, o boêmio é, na verdade, um crítico da estrutura de valores da sociedade. O porém é que este mesmo boêmio, historicamente, vem encarando a vida produtiva como algo maléfico e que torna o indivíduo alinhado com a hierarquia de valores da sociedade, que não traz felicidade e sim dependência da vontade dos outros. Assim, só teria a independência do olhar burguês e consumista da sociedade aquele que negasse as formas de ascensão material.

Nós sabemos que não é bem assim. O autor mesmo chama atenção ao fato dos extremos serem sempre perigosos, em todos os casos de postura propostos. Continuo, então a me comportar como um boêmio, me esquivando do desejo de status. Mas não abro mão da produtividade, por dois motivos: conforto material e utilidade pública.

A boemia não precisa ser sinônimo de pobreza e necessidade. Muito pelo contrário. O dito "sucesso material" ajuda a viabilizar a própria boemia como algo realmente prazeroso e que nos gere qualidade de vida, no lugar de meramente nos tornarmos dependentes da generosidade de quem negamos. Um bom vinho, um bom filme, um bom café, um bom charuto, uma boa comida, um bela viagem, um confortável lar, tudo isso custa dinheiro. Além disso, é exatamente este "sucesso" que nos dá combustível para sermos independentes dos valores mais superficiais e ilógicos da sociedade de consumo, por mais paradoxal que isso pareça. Ao contrário de sociedades passadas, hoje o dinheiro nos proporciona utilidades sem a necessidade da aprovação dos outros. Isto é independência. O problema, na verdade, é se deixar seduzir por estes valores burgueses. É fácil e tentador, até prazeroso a curto prazo, mas cruel a longo prazo.

Mas olhando apenas esse ponto, em nada seria condenável a vida de um playboy que nunca trabalhou e só vive na boemia. Este tipo de indivíduo em nada contribui para a evolução, sua e da sociedade. É na produtividade e geração de riquezas que a sociedade prospera. Mas cuidado, o fim não justifica os meios. A ética, a moral, a responsabilidade social e ambiental são fundamentais para que esta conta feche.

Foi com estas, ainda básicas, análises destas questões que proponho um movimento. Movimento pela boemia produtiva. Sei que várias pessoas já pensam e vivem assim, mas acho que o pensamento poderia ser mais aprofundado. Pois bem, o movimento está fundado. E hoje tem apenas um membro. Continuará existindo, mesmo com este quadro. No futuro aprofundarei os pensamentos. Hoje é preciso apenas não esquecer dos fundamentos e não se deixar levar pelo consumismo vazio e pela boemia suicida.

Viva Vinicius de Moraes!!