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4 de setembro de 2009

Quem tem medo da Petrobras

Por Mauro Santayana em: http://www.jblog.com.br


Os mesmos jornais que atacam a Petrobras revelaram, ontem, que a empresa foi, entre as não financeiras, a mais lucrativa das Américas, no segundo trimestre deste ano. Isso comprova que está sendo bem administrada. No passado se dizia que o melhor negócio do mundo era uma empresa de petróleo, e que o segundo melhor negócio do mundo continuava sendo uma empresa de petróleo, mesmo mal administrada. Se a Petrobras foi a empresa mais lucrativa da América – e na mesma lista não se encontram outras empresas petrolíferas – reforça-se o êxito da empresa criada por Vargas. Não há por que apelar para o concurso das petrolíferas estrangeiras na exploração do pré-sal. O contrário é que é o certo, e a Petrobras tem participado, com êxito, da exploração de petróleo no exterior, principalmente em associação com empresas também estatais.

Defensor da iniciativa privada, o ex-ministro Delfim Netto prefere não distinguir as empresas estatais das empresas privadas, senão pelo fato de serem bem ou mal dirigidas. A Petrobras, mesmo em seus anos piores, tem sido bem administrada porque, se os diretores nomeados falham, o corpo histórico de técnicos e administradores sabe cumprir seu dever e resistir – como resistiu ao golpe de 1997, perpetrado com a legislação conseguida pelo presidente Fernando Henrique, ao desfigurar a grande empresa.

Se os mais jovens soubessem que a Petrobras tem sido, desde suas primeiras horas, vitória da pertinácia nacional, estariam nas ruas, como estiveram seus pais e avós, repetindo o slogan poderoso de há mais de 50 anos: o petróleo é nosso. Ao reservar para o povo brasileiro o óleo fora das áreas de concessão, infelizmente já outorgadas aos estrangeiros, o atual governo volta sim, ao passado, como é da conveniência de nosso povo. Os que promoveram a amputação da Petrobras, durante o governo dos tucanos de São Paulo, voltam a se mobilizar contra o projeto do governo federal. O governo Lula está agindo constitucionalmente. Apesar de todos seus esforços, o senhor Fernando Henrique não chegou a quebrar o monopólio da União sobre o petróleo. Falam hoje da necessidade de que haja discussão, como se a sociedade, que se manifestou como pôde em defesa da estatal, tivesse sido ouvida em 1997, quando o governo repetia, com entusiasmo, o pensamento único neoliberal, e contava com a grande mídia para impô-lo ao Congresso e aos “formadores de opinião”. Convém que as normas do processo se definam imediatamente. Não há melhor momento para começar a construção do futuro do que agora.

Mesmo que haja excesso de otimismo com relação às jazidas do pré-sal, será imperdoável erro histórico não viabilizar a exploração das novas reservas. Todos os argumentos dos oposicionistas não dissimulam os interesses que se encontram por detrás de seus atos. Tal como no passado, começam a surgir institutos, associações e movimentos, com seus “consultores”, para contestar o controle da exploração do petróleo pelo Estado. Há quem diga que o petróleo não tem futuro. Se não tem futuro, tem presente. É pelo petróleo que os norte-americanos estão matando e morrendo no Iraque e no Afeganistão.

A matança dos inocentes

Duas notícias, destas horas, deviam mover a consternação e a indignação da sociedade brasileira. O assassinato de uma adolescente, em favela de São Paulo, por um agente da polícia municipal de São Caetano do Sul, provocou a reação irada da população. O Estado, há muito tempo, não tem conseguido preparar suas forças para manter a ordem. A jovem Ana Cristina foi baleada quando os guardas municipais perseguiam um homem, suspeito de roubar um carro. Para recuperar um veículo, mataram uma pessoa.

Ao retirar grupo do MST de uma fazenda que ocupava, em São Gabriel, a polícia militar gaúcha, além de assassinar pelas costas um lavrador, e de usar armas que provocam choque elétrico, cães, cavalos e bombas, aterrorizou e torturou, física e psicologicamente várias crianças. Um bebê foi ferido por estilhaços no rosto. O fato será denunciado ao Ministério Público pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

O ex-presidente da ANP, senhor David Zylberstein, genro do ex-presidente Fernando Henrique, disse que estatizar o petróleo é coisa de país com baixo IDH. É o que devemos então fazer, com o índice de desenvolvimento humano que temos, e que os fatos de Heliópolis e de São Gabriel confirmam.

5 de maio de 2009

Google

Acabei de ler a pouco tempo o livro do David Vise e Mark Malseed sobre a história do Google. É um livro impressionante sobre o backstage da construção deste império. Impressionante e instigante.


Uma das coisas que mais me chamou a atenção é o poder computacional que está por trás de toda a coisa. Não é apenas uma questão de recursos humanos, com engenheiro e matemáticos de ponta. É uma questão de infra-estrutura. Eles tem hoje o maior poder de processamento do mundo.

Quando me faço a pergunta sobre como poderíamos construir empresas de sucesso o livro também revela uma série de ingredientes utilizados pelos empreendedores do Google. E, no meu ponto de vista, foi exatamente esta salada de ferramentas e valores que levaram aquela empresa a ser o que é e que poderia ser utilizada na criação de empresas por aqui também.

A mais visível das forças da empresa está na sua política recrutamento e seleção. Os melhores profissionais do mercado são selecionados. Isto inclui questões técnicas e culturais. Não é suficiente ter as melhores credenciais curriculares, tem que atender ao perfil cultural da empresa. A cultura organizacional é um ponto muito forte no Google. E foi exatamente a clareza desta cultura que levou os gestores do Google a tomar as decisões certas em momentos de incerteza.

Um mercado de capitais favorável a empreendimentos inovadores sem dúvida é uma vantagem competitiva aos empreendedores americanos. Por aqui, a lei é tirar leite de pedra. Lá eles encontraram, não sem esforço, o capital necessário para implantar a infra-estrutura inicial para o negócio deslanchar e ganhar escala. E olhe que não era pouco dinheiro!

Além do poder de processamento, melhores cérebros, cultura organizacional clara e forte, Brin e Page, os fundadores, aplicaram uma série de teorias administrativas de vanguarda. Isso tudo na velocidade necessária para não dar margem à concorrência. Velocidade é um dos valores mais prezados no Google. Técnicas de gestão utilizadas no Google e identificadas claramente durante a leitura do livro são as que encontramos em "Ponto de Desequilíbrio", "A Calda Longa", "A Teoria do Oceano Azul", dentre outras.

Ok, tudo lindo e maravilhoso!! Mas a minha questão sobre o como poderíamos construir empresas de sucesso por aqui ainda continua sem uma resposta otimista. São incríveis as deficiências no ambiente institucional e cultural brasileiro para implementar ações que nos levem a um sucesso comercial minimamente descente, em termos globais.

O nosso ensino é medíocre, o que dificulta, e muito, a questão do recrutamento e seleção. São poucos as universidades de excelência no Brasil e a cultura da maioria dos brasileiros não inclui a saudável ambição de ir à procura desta excelência onde ela esteja. Não é o que se vê na Índia ou na China, por exemplo, onde exércitos de estudantes invadem as melhores universidades do mundo e depois volta trazendo capital humano de excelência e um networking de peso. Aqui este capital é tão escasso quanto o dinheiro para investimentos em empresas inovadoras.

Além da falta de capital intelectual nós sofremos pela falta de políticas mais claras de ciência de tecnologia. Elas nunca foram prioridades institucionais. Temos problemas burocráticos, de regulamentação, tributários, financeiros. A solução desses gargalos precisa entrar na pauta do dia!

É impressionante entender como duas mentes brilhantes constroem um império como o Google, mas é angustiante saber que estamos desperdiçando milhares de mentes brilhantes por falta de um ambiente institucional minimamente descente. O Brasil continua jogando fora seus cérebros, ou então mandando embora.

18 de novembro de 2008

O crescimento econômico no Ceará foi a favor dos mais pobres?

Estudo demonstra o que só o Cambeba não sabe: Investimentos em educação geram maior impacto na renda!

É burrice política ou má intenção elitista? Pensem e respondam!

Enfim, alguém sensato.

" O professor Flávio Ataliba diz que não é contra os investimentos em infra-estrutura, mas considera uma temeridade que se invista tanto diante dum cenário mundial tão desfavorável para a economia. Ele também critica o fato do governador Cid Gomes (PSB) anunciar um investimento de R$ 9 bilhões para viabilizar grandes obras como a da refinaria e da siderúrgica, conforme foi divulgado no O POVO no último domingo.

"A primeira preocupação que tenho é com o grande esforço fiscal, cerca de 19% do PIB (Produto Interno Bruto), com a quantia expressiva que será paga pelos cearenses", afirma, salientando que o governo deveria ter pelo menos cautela porque nenhum economista em sã consciência tem condições de afirmar a profundidade e a magnitude da crise internacional do momento. Destaca ainda que esses projetos terão efeitos mínimos sobre a pobreza. Adianta que a questão é a prioridade que se dá a esses empreendimentos em detrimento do investimento em educação, saúde etc."

Fonte: O Povo

3 de novembro de 2008

Felicidade Interna Bruta

Todo gestor sabe que o primeiro passo para o insucesso é a escolha errada dos parâmetros e índices de controle. Se o Estado tem controlado sua eficiência e eficácia na gestão dos interesses da população com índices errados, todos sabem o que acontece.

Temos um fato e uma proposta.

O fato é que, mesmo com os índices apontando para uma boa gestão, não temos conseguido atingir os objetivos maiores da nossa constituição federal. É ela quem define os objetivos do Estado e não vejo motivos para achar que estão incorretos. A gestão pública sim, esta se mostra incompetente.

A proposta é a mudança ou melhoria nos índices de controle. Porque não quebrar um paradigma e incluir o FIB (Felicidade Interna Bruta) entre os parâmetros de controle da gestão pública? Pelo pouco que li a respeito poderia ser inclusive o parâmetro principal.

Segue uma pequena explicação sobre o tema:
"A crescente busca por uma nova métrica de progresso no mundo pós-Kioto levou a um disseminado interesse no conceito butanês de FIB, Felicidade Interna Bruta, que provê uma estimulante abordagem quanto a medir o progresso, incluindo as dimensões sociais, ambientais, espirituais e econômicas. O recente interesse nesse conceito foi deflagrado pela evidência empírica de que níveis de felicidade e bem-estar têm estagnado durante as últimas três ou quatro décadas em diversos países, a despeito dos crescimentos econômicos dos mesmos e do aumento da expectativa de vida dos seus cidadãos. Essa constatação tem despertado o interesse quanto a considerar a felicidade como um tema de política pública, o que tem resultado numa crescente fascinação pela abordagem butanesa de Felicidade Interna Bruta."