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10 de fevereiro de 2010

Boas Notícias - Produção científica do Brasil ultrapassa a da Rússia

A produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, e caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.

O levantamento acompanhou a produção científica nos quatro países com base na análise das 10.500 principais revistas científicas do mundo.

Produção científica por país

Segundo a pesquisa, a produção brasileira avançou de 3.665 para 30.021 artigos científicos publicados entre 1990 e 2008. No mesmo período, a produção russa manteve-se estável - o número de 1990, de 27.603 artigos, é praticamente o mesmo que o de 2008 - 27.605 artigos.

A produção científica da Índia, que em 1990 contabilizava 13.984 artigos publicados, chegou a 38.366 artigos em 2008.

Se o índice de aumento da produção científica dos países se mantiver, o Brasil deverá ultrapassar a Índia nos próximos anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica chinesa, que em 1990 ainda estava atrás da russa e da indiana, com 8.581 artigos, chegou a 2008 com 112.318 artigos, numa expansão que, se mantida, verá a China ultrapassar os Estados Unidos e se tornar líder mundial em produção científica até 2020.

Revisão dos dados

Segundo Jonathan Adams, diretor de avaliação de pesquisas da Thomson Reuters, os dados dos levantamentos foram revisados após 2007, para evitar que a base de revistas científicas analisada refletisse um viés pró-países desenvolvidos.

"A revisão dos dados levou a uma considerável elevação do número de artigos científicos de China, Brasil e Índia. Porém essas elevações refletiram tendências já evidentes nos dados, em vez de mudar a trajetória geral", explicou Adams à BBC Brasil.

Segundo ele, os dados dos últimos anos já indicavam que a produção brasileira superaria a russa, o que ficou expresso nos números de 2008, mas ele observa que, se a base de análise já tivesse sido revista antes, isso já teria acontecido há vários anos.

De acordo com os últimos dados compilados, de 2008, a produção científica brasileira naquele ano representou 2,6% do total de 1.136.676 artigos publicados em todas as 10.500 revistas analisadas. Em 1990, o Brasil tinha apenas 0,6% da produção mundial.

Supremacia científica

A produção científica norte-americana - 332.916 artigos em 2008 - ainda representa 29% de todos os artigos publicados no mundo, enquanto a chinesa é de 9,9%. Em 1990, porém, os Estados Unidos tinham 38% de toda a produção científica mundial, enquanto a China respondia por apenas 1,4% do total.

No mesmo período, a produção russa, que já foi considerada uma das mais avançadas do mundo, passou de 4,7% do total em 1990 para apenas 2,4% em 2008.

A produção indiana, por sua vez, teve sua participação no total mundial elevada de 2,3% para 3,4% no período, numa elevação proporcionalmente menor que as da China e do Brasil.

Produção científica do Brasil

Em sua análise da produção científica do Brasil, a Thomson Reuters observa que os gastos com pesquisa e desenvolvimento no Brasil chegaram em 2007 a quase 1% do PIB, proporção inferior aos cerca de 2% gastos nos Estados Unidos e na média dos países de desenvolvidos, mas ainda bem acima de outros países latino-americanos.

Segundo o levantamento, o Brasil tem 0,92 pesquisador para cada mil trabalhadores - bem abaixo da média de 6 a 8 pesquisadores por mil trabalhadores dos países do G7, o grupo das nações mais industrializadas do planeta.

Apesar disso, o documento afirma que a proporção brasileira é semelhante à de outros países em desenvolvimento, como a própria China, e que a base de pesquisadores vem crescendo.

Segundo a Thomson Reuters, o Brasil formou cerca de 10 mil novos pesquisadores doutores no último ano analisado, num crescimento de dez vezes em 20 anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica do país é mais forte em áreas como pesquisas agrícolas e ciências naturais.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=producao-cientifica-brasil-ultrapassa-russia&id=020175100127

5 de maio de 2009

Google

Acabei de ler a pouco tempo o livro do David Vise e Mark Malseed sobre a história do Google. É um livro impressionante sobre o backstage da construção deste império. Impressionante e instigante.


Uma das coisas que mais me chamou a atenção é o poder computacional que está por trás de toda a coisa. Não é apenas uma questão de recursos humanos, com engenheiro e matemáticos de ponta. É uma questão de infra-estrutura. Eles tem hoje o maior poder de processamento do mundo.

Quando me faço a pergunta sobre como poderíamos construir empresas de sucesso o livro também revela uma série de ingredientes utilizados pelos empreendedores do Google. E, no meu ponto de vista, foi exatamente esta salada de ferramentas e valores que levaram aquela empresa a ser o que é e que poderia ser utilizada na criação de empresas por aqui também.

A mais visível das forças da empresa está na sua política recrutamento e seleção. Os melhores profissionais do mercado são selecionados. Isto inclui questões técnicas e culturais. Não é suficiente ter as melhores credenciais curriculares, tem que atender ao perfil cultural da empresa. A cultura organizacional é um ponto muito forte no Google. E foi exatamente a clareza desta cultura que levou os gestores do Google a tomar as decisões certas em momentos de incerteza.

Um mercado de capitais favorável a empreendimentos inovadores sem dúvida é uma vantagem competitiva aos empreendedores americanos. Por aqui, a lei é tirar leite de pedra. Lá eles encontraram, não sem esforço, o capital necessário para implantar a infra-estrutura inicial para o negócio deslanchar e ganhar escala. E olhe que não era pouco dinheiro!

Além do poder de processamento, melhores cérebros, cultura organizacional clara e forte, Brin e Page, os fundadores, aplicaram uma série de teorias administrativas de vanguarda. Isso tudo na velocidade necessária para não dar margem à concorrência. Velocidade é um dos valores mais prezados no Google. Técnicas de gestão utilizadas no Google e identificadas claramente durante a leitura do livro são as que encontramos em "Ponto de Desequilíbrio", "A Calda Longa", "A Teoria do Oceano Azul", dentre outras.

Ok, tudo lindo e maravilhoso!! Mas a minha questão sobre o como poderíamos construir empresas de sucesso por aqui ainda continua sem uma resposta otimista. São incríveis as deficiências no ambiente institucional e cultural brasileiro para implementar ações que nos levem a um sucesso comercial minimamente descente, em termos globais.

O nosso ensino é medíocre, o que dificulta, e muito, a questão do recrutamento e seleção. São poucos as universidades de excelência no Brasil e a cultura da maioria dos brasileiros não inclui a saudável ambição de ir à procura desta excelência onde ela esteja. Não é o que se vê na Índia ou na China, por exemplo, onde exércitos de estudantes invadem as melhores universidades do mundo e depois volta trazendo capital humano de excelência e um networking de peso. Aqui este capital é tão escasso quanto o dinheiro para investimentos em empresas inovadoras.

Além da falta de capital intelectual nós sofremos pela falta de políticas mais claras de ciência de tecnologia. Elas nunca foram prioridades institucionais. Temos problemas burocráticos, de regulamentação, tributários, financeiros. A solução desses gargalos precisa entrar na pauta do dia!

É impressionante entender como duas mentes brilhantes constroem um império como o Google, mas é angustiante saber que estamos desperdiçando milhares de mentes brilhantes por falta de um ambiente institucional minimamente descente. O Brasil continua jogando fora seus cérebros, ou então mandando embora.

4 de setembro de 2008

Citação

"Nem mesmo a ortodoxia mais conservadora dos teóricos pode negar que a estrutura da indústria moderna não poderia ter sido erigida sem o crédito, que ele torna o indivíduo até certo ponto independente dos bens herdados, que o talento na vida econômica 'cavalga sobre suas dívidas, em direção ao sucesso'."

Joseoh A. Schumpeter, 1883-1950.
Livro: Teoria do Desenvolvimento Econômico

10 de março de 2008

Artigo para Download

Como tinha prometido anteriormente, segue o link para download de um artigo, ou pseudo-artigo, que escrevi para uma cadeira de marketing da facudade. É sobre o consumo de artes performáticas em Fortaleza. A amostra da pesquisa de campo não está significativa, apesar de coerente com as hipóteses que eu tinha levantado. Porém, não podemos generalizar o resultado para a população da cidade.
O que me faz colocar o aquivo para download é, na verdade, o referencial teórico. Ele é muito bom para que está iniciando nos estudos sobre Indústrias Criativa, Economia de Cultura, entre outros tópicos afins.
Fica aqui o pedido também de comentários agregando conhecimento, críticas e proposições sobre o tema.

Link: http://rapidshare.com/files/98490446/Artes_Perform_ticas_-_Artigo.pdf

5 de fevereiro de 2008

Boemia Produtiva

Acabo de ler o livro "Desejo de Status", do filósofo Alain de Botton. Muito esclarecedor e intrigante. Indico para quem quiser ter um melhor controle sobre as angústias de nosso tempo. O autor primeiramente as causas do desejo de status que é comum a todos, em maior o ou menor intensidade. Isto já nos dá conhecimentos para ter uma outra postura e ponto de vista na vida. Porém, a segunda parte do livro é mais pragmática e alentadora. O autor propõe algumas posturas que podemos tomar, não para ficarmos imunes ao desejo de status, mas para diminuir a aflição que o desejo nos causa e conseqüentemente viver melhor.

Dentre as posturas propostas, a qual eu mais me identifiquei foi com a boemia. Segundo o autor, o boêmio é, na verdade, um crítico da estrutura de valores da sociedade. O porém é que este mesmo boêmio, historicamente, vem encarando a vida produtiva como algo maléfico e que torna o indivíduo alinhado com a hierarquia de valores da sociedade, que não traz felicidade e sim dependência da vontade dos outros. Assim, só teria a independência do olhar burguês e consumista da sociedade aquele que negasse as formas de ascensão material.

Nós sabemos que não é bem assim. O autor mesmo chama atenção ao fato dos extremos serem sempre perigosos, em todos os casos de postura propostos. Continuo, então a me comportar como um boêmio, me esquivando do desejo de status. Mas não abro mão da produtividade, por dois motivos: conforto material e utilidade pública.

A boemia não precisa ser sinônimo de pobreza e necessidade. Muito pelo contrário. O dito "sucesso material" ajuda a viabilizar a própria boemia como algo realmente prazeroso e que nos gere qualidade de vida, no lugar de meramente nos tornarmos dependentes da generosidade de quem negamos. Um bom vinho, um bom filme, um bom café, um bom charuto, uma boa comida, um bela viagem, um confortável lar, tudo isso custa dinheiro. Além disso, é exatamente este "sucesso" que nos dá combustível para sermos independentes dos valores mais superficiais e ilógicos da sociedade de consumo, por mais paradoxal que isso pareça. Ao contrário de sociedades passadas, hoje o dinheiro nos proporciona utilidades sem a necessidade da aprovação dos outros. Isto é independência. O problema, na verdade, é se deixar seduzir por estes valores burgueses. É fácil e tentador, até prazeroso a curto prazo, mas cruel a longo prazo.

Mas olhando apenas esse ponto, em nada seria condenável a vida de um playboy que nunca trabalhou e só vive na boemia. Este tipo de indivíduo em nada contribui para a evolução, sua e da sociedade. É na produtividade e geração de riquezas que a sociedade prospera. Mas cuidado, o fim não justifica os meios. A ética, a moral, a responsabilidade social e ambiental são fundamentais para que esta conta feche.

Foi com estas, ainda básicas, análises destas questões que proponho um movimento. Movimento pela boemia produtiva. Sei que várias pessoas já pensam e vivem assim, mas acho que o pensamento poderia ser mais aprofundado. Pois bem, o movimento está fundado. E hoje tem apenas um membro. Continuará existindo, mesmo com este quadro. No futuro aprofundarei os pensamentos. Hoje é preciso apenas não esquecer dos fundamentos e não se deixar levar pelo consumismo vazio e pela boemia suicida.

Viva Vinicius de Moraes!!