Alguns vão ao trabalho de carro, outros de ônibus, bicicleta ou a pé. Pois é, eu vou ao trabalho de helicóptero ou lancha. Mas longe de ser algo luxuoso, é apenas pela impossibilidade de se ir de outra maneira.
Nós geralmente embarcamos pela manhã. Porém, meu trabalho também conta com alguns imprevistos e algumas vezes preciso embarcar nos dias e horas mais inusitadas. Foi exatamente o que aconteceu no último dia 26 de maio.
Embarquei por volta das 17:45 de uma segunda-feira. E fiz o que sempre faço, sentei em um banquinho que fica no fundo da lancha e fiquei olhando pra trás, vendo o rastro deixado pela lancha, escutando música no MP3 player. Mas o visual daquele dia estava pra lá de especial.
A tarde ia caindo e no horizonte havia pouca luz do sol e apenas uma nuvem bem alta e carregada no céu limpo e ainda azul. O continente ia se distanciando, o sol sumindo e a nuvem escurecendo. De repente começaram a cair raios daquela nuvem. Lembro que ela estava bem dentro do continente e que não sei dizer sobre que cidade ao certo estavam caindo os raios, só lembro que a visão do poder da natureza com aquela moldura foi impressionante. Raios enormes e de uma claridade imensa. Lindos.
Não bastando isto, passado o show dado pela nuvem e seus elétrons, o sol se foi e apareceu o céu mais estrelado que eu tenho lembrança. É que no meio do mar não há nenhuma luz artificial de cidade para atrapalhar a observação. Era um céu completamente tridimensional, outro espetáculo da natureza. E eu escutando a Maria Bethânia cantar música sobre o mar no Ipod.
Acho difícil conseguir ter uma ida ao trabalho tão bacana na vida.