4 de setembro de 2008

Citação

"Nem mesmo a ortodoxia mais conservadora dos teóricos pode negar que a estrutura da indústria moderna não poderia ter sido erigida sem o crédito, que ele torna o indivíduo até certo ponto independente dos bens herdados, que o talento na vida econômica 'cavalga sobre suas dívidas, em direção ao sucesso'."

Joseoh A. Schumpeter, 1883-1950.
Livro: Teoria do Desenvolvimento Econômico

3 comentários:

Borboleta disse...

bem... por enquanto ainda tenho algumas restrições sobre o papel supervalorizado que o Schümpeter atribui ao empresário criador. Tem sua importância, mas ele depende extremamente de suas heranças (nesse sentido concordo com Marx no capítulo sobre Acumulação Primitiva). Considerando ainda a herança que pode ser "capitalizada" até mesmo pela ação estatal.
Mas a sacada da inovação do Schümpeter é o grande lance. Pena que ele, como adepto ainda de alguns pressupostos da teoria do equilíbrio, nao avançou mais. Neste sentido prefiro a Teoria Geral de Keanes que ainda considera o futuro incerto.
Bem... prefiro discutir isso ao vivo contigo, tomando uma cerveja bem gelada e brincando com a Anita no colo.
Beijao

Thales Aragão disse...

Mas é exatamente o contrário disso que o próprio Schumpeter discorre. Ele não nega o valor que a herança como uma vantagem competitiva para quem tem, mas deixa claro o valor do crédito bancário para os que são desprovidos desta herança.
A importância da inovação para o desenvolvimento da economia e também da sociedade é inegável. Não existe nenhum desenvolvimento sem inovação, nem desenvolvimento econômico nem social.
O que difere uma idéia de um inovação é exatamente a viabilidade econômico-financeira da segunda. Conseguindo, o empresário criador, um ganho sobre o capital investido na inovação maior que o juros pago para o emprestador, ou mesmo no emprego deste mesmo capital em outra atividade, a questão da herança se mostra quase nula.
A questão que precisa ser mais discutida nesta análise são os critérios para se ter acesso ao crédito. Mas aí são outros quinhentos...

(A cerveja e a anita estão aqui só esperando...!! Beijos!!))

Thales Aragão disse...

A capitalização estatal em atividades não estratégicas politicamente e que possui um mercado nacional competitivo é um mal à economia de um lugar e consequentemente um atraso ao desenvolvimento social. O capital estatal, quando aplicado em atividades empresariais não estratégicas é um desvio das reais funções do estado.

(Tô parecendo meio liberal demais, neh? Mas a venda da Vale não tem nada a ver com esse argumento. Até porque a Vale não foi vendida, foi dada!!)