2 de novembro de 2007

Tora Sequestrada

"Depois de um dia inteiro de muita tensão, os oito ativistas do Greenpeace que estavam sob cárcere privado em Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará, foram autorizados a deixar a cidade. O grupo fora cercado na terça-feira por cerca de 300 pessoas e impedido de trazer uma castanheira para uma exposição no sudeste sobre a destruição da Amazônia. Os ativistas saíram com escolta da Polícia Militar apenas até os limites da cidade. A tora de castanheira, de 13 metros, ficou na cidade e segundo a prefeitura local será instalada numa praça que está sendo construída, como um monumento. O caminhão que trazia a árvore para São Paulo, e fora alugado pelo Greenpeace, foi devolvido a seu dono. "Para o Greenpeace, essa tora de castanheira é sim um monumento, mas da ausência de governo na Amazônia brasileira", afirmou André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace. "A tora foi colocada na praça de Castelo dos Sonhos à revelia do Ibama e mostra que quem manda na cidade são os madeireiros, não o governo brasileiro. O Greenpeace tinha autorização para tirar a árvore da região e fazer a exposição, mas foi impedido. Os madeireiros não têm autorização alguma mas poderão fazer seu monumento."Os oito ativistas do Greenpeace foram cercados em Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará, por cerca de 300 pessoas, entre madeireiros, políticos locais e moradores, e impedidos de seguir viagem até São Paulo com a castanheira. O Ibama havia autorizado a coleta e transporte da árvore pelo Greenpeace mas suspendeu a autorização na manhã desta terça-feira por pressão dos madeireiros.O Greenpeace pediu ao governo federal uma cópia do documento que revoga a autorização de transporte da árvore, mas até o momento nada foi enviado. Ao time de campo, o Ibama comunicou que a autorização havia sido suspensa e imediatamente ordenou ao motorista que retirasse a árvore e a devolvesse ao local de origem.Em nota divulgada em seu site, o Ibama afirmou que suspendeu a autorização para não agravar o conflito "entre representantes da ONG e moradores do município, área onde ocorre uma operação de fiscalização de desmatamento."

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"A árvore seria parte da exposição itinerante "Aquecimento Global: Apague essa Idéia", organizada pelo Greenpeace, para aproximar a realidade da Amazônia de milhares de brasileiros que nunca tiveram a oportunidade de ver a floresta de perto. A árvore, queimada ilegalmente em terras públicas no oeste do Pará, simboliza a rápida destruição da Amazônia e seria exibida em locais de grande visitação pública em São Paulo e no Rio de Janeiro para chamar a atenção da população sobre a necessidade urgente de zerar o desmatamento na Amazônia e, assim, contribuir para reduzir as emissões brasileiras de gases que provocam o aquecimento global."
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