30 de novembro de 2007

Emissões de CO2 e outros impactos da energia nuclear

Trechos do artigo que li no site do Greenpeace sobre a falsa idéia da limpeza da energia nuclear:

"As usinas atômicas podem até ser menos poluentes do que usinas a carvão mineral ou óleo combustível, mas Angra 3 por exemplo tem um índice de emissões indiretas de gás carbônico (CO2) cinco vezes mais alto do que a energia solar fotovoltáica (solar) e eólica."

"Os dados constam do novo relatório do Greenpeace intitulado Cortina de Fumaça: emissões de CO2 e outros impactos da energia nuclear, que foi lançado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro durante audiência pública do processo de licenciamento ambiental de Angra 3..."

"O Brasil dispõe de tecnologia e fartos recursos renováveis que inviabilizam a energia nuclear em todos os aspectos."

"Com os mais de R$ 7 bilhões previstos para Angra 3, seria possível, por exemplo, construir um parque eólico com o dobro da capacidade da usina nuclear, que é de apenas 1350 MW, sem gerar lixo tóxico e sem o risco de acidentes."

Mais informações:

http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/energia-nuclear-livre-de-emiss

http://www.greenpeace.org/brasil/documentos/nuclear/cortina-de-fuma-a

25 de novembro de 2007

Educação dos Iletrados

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na última terça-feira, 20 de novembro, a Lei nº 11.552 que prevê mudanças nas diretrizes do programa de financiamento do Governo federal, o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior). A partir de agora, estudantes da graduação e até da pós-graduação (mestrado e doutorado) de universidades particulares terão direito ao financiamento de 100% dos custos das mensalidades. Antes, o valor estava limitado a 70% e a iniciativa restrita apenas aos alunos da graduação."

Mais uma ação do governo dos iletrados em prol da educação. Existem muitas falhas na política educacional na gestão Lula e muito mais ainda a ser feito, mas sem dúvida é uma gestão muito mais efetiva que o "lero lero" dos "trabalhadores e estudiosos" do PSDB.
O que os tucanos poderiam fazer é tentar colocar mais a teoria na prática. Não apenas a teoria em gestão, mas principalmente a teoria sociológica, aquela mesma que FHC mandou rasgar quando deixou de ser sociólogo e virou presidente. A soberba acadêmica beira o nojo pelas outras castas da sociedade. E nisso os tucanos vão ter trabalho. Afinal o partido quer estar mais próximo ao povo. Espero que isso seja mais uma ação real que de marketing. O Brasil ganharia.


Mais informações sobre o novo Fies:

14 de novembro de 2007

Democracia ou Plutocracia?

A democracia é assim denominada por ser a forma de poder na qual as escolhas estão na mão do povo. Isto é, a teoria assim a denomina. Mas será que existe ou poderá um dia existir de fato democracia?

A democracia tem como premissa básica a condição de um voto por cabeça. Assim, independente do poder econômico ou intelectual as pessoas têm o mesmo poder de escolha. Por isso dizemos ser um regime representativo, todo o povo vota e os governantes representam todo o povo.

Não é preciso argumentar para que se saiba que não é isto o que ocorre, todos vemos. Os governantes representam, em sua maioria, uma minoria da sociedade e isto é facilmente comprovado pelos maiores beneficiário das decisões dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário.

Acredito que o fator de maior relevância pra que haja esta discrepância se chama Lobby. Esta é a ferramenta utilizada pela parte da sociedade que é de fato representada, à revelia do restante da população.

Porém, este é considerado por muitos um instrumento importante da vida democrática. Seria uma ferramenta de comunicação. Grupos organizados se utilizariam do Lobby para pressionar as instâncias tomadoras de decisões para que estas sejam favoráveis a suas demandas.

Isto se aplica também a outros planos, como as famílias e empresas. Um empregado faz Lobby para que o seu projeto seja aprovado pela gerência. Um filho faz Lobby para que os pais aprovem uma viagem de férias e assim por diante.

O Lobby seria então mais que importante, seria necessário para comunicar os anseios dos representados aos tomadores de decisão. As decisões seriam tomadas, em tese, por uma síntese dialética das reivindicações, maximizando a satisfação das necessidades demandadas.

A questão recai, então, sobre os fatores éticos e econômicos da ferramenta. O Lobby efetuado por um ramo forte da economia teria o mesmo peso que o Lobby exercido pelas associações de bairro? Seria ético fazer Lobby para aprovação de uma medida sabidamente maléfica à sociedade como um todo para benefício econômico de poucos?

Os descaminhos desta prática vão além do poder dos votantes. Este mesmo poder é relativo. O poder econômico, que tudo pensa comprar, também compra os meios de comunicação de massa, tão dependentes do capital. Ele compra com o objetivo de “vender” idéias aos eleitores, isto apenas para exemplificar o âmbito eleitoral. No final nós não sabemos se estamos escolhendo nossos representantes ou representantes de outrem.

Sendo o ser humano muito fácil de manipulação psicológica e social, ficam as questões: a democracia será aplicada de forma ética um dia? O poder do capital deixará de exercer poder de decisão maior que o poder social?

Não sei as respostas. Sou inclusive meio pessimista a este respeito. Porém, uma coisa pra mim é certa: existe uma maneira de diminuir o poder do capital e aumentar o poder do povo que é a educação de qualidade e universal. No dia em que todos os filhos tiverem acesso a uma escola com a qualidade das escolas dos filhos dos ricos as forças terão medidas mais justas.

2 de novembro de 2007

Tora Sequestrada

"Depois de um dia inteiro de muita tensão, os oito ativistas do Greenpeace que estavam sob cárcere privado em Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará, foram autorizados a deixar a cidade. O grupo fora cercado na terça-feira por cerca de 300 pessoas e impedido de trazer uma castanheira para uma exposição no sudeste sobre a destruição da Amazônia. Os ativistas saíram com escolta da Polícia Militar apenas até os limites da cidade. A tora de castanheira, de 13 metros, ficou na cidade e segundo a prefeitura local será instalada numa praça que está sendo construída, como um monumento. O caminhão que trazia a árvore para São Paulo, e fora alugado pelo Greenpeace, foi devolvido a seu dono. "Para o Greenpeace, essa tora de castanheira é sim um monumento, mas da ausência de governo na Amazônia brasileira", afirmou André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace. "A tora foi colocada na praça de Castelo dos Sonhos à revelia do Ibama e mostra que quem manda na cidade são os madeireiros, não o governo brasileiro. O Greenpeace tinha autorização para tirar a árvore da região e fazer a exposição, mas foi impedido. Os madeireiros não têm autorização alguma mas poderão fazer seu monumento."Os oito ativistas do Greenpeace foram cercados em Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará, por cerca de 300 pessoas, entre madeireiros, políticos locais e moradores, e impedidos de seguir viagem até São Paulo com a castanheira. O Ibama havia autorizado a coleta e transporte da árvore pelo Greenpeace mas suspendeu a autorização na manhã desta terça-feira por pressão dos madeireiros.O Greenpeace pediu ao governo federal uma cópia do documento que revoga a autorização de transporte da árvore, mas até o momento nada foi enviado. Ao time de campo, o Ibama comunicou que a autorização havia sido suspensa e imediatamente ordenou ao motorista que retirasse a árvore e a devolvesse ao local de origem.Em nota divulgada em seu site, o Ibama afirmou que suspendeu a autorização para não agravar o conflito "entre representantes da ONG e moradores do município, área onde ocorre uma operação de fiscalização de desmatamento."

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"A árvore seria parte da exposição itinerante "Aquecimento Global: Apague essa Idéia", organizada pelo Greenpeace, para aproximar a realidade da Amazônia de milhares de brasileiros que nunca tiveram a oportunidade de ver a floresta de perto. A árvore, queimada ilegalmente em terras públicas no oeste do Pará, simboliza a rápida destruição da Amazônia e seria exibida em locais de grande visitação pública em São Paulo e no Rio de Janeiro para chamar a atenção da população sobre a necessidade urgente de zerar o desmatamento na Amazônia e, assim, contribuir para reduzir as emissões brasileiras de gases que provocam o aquecimento global."
Links:

16 de outubro de 2007

Decálogo do Educacionismo

Escrito por Cristovam Buarque
e assinado em baixo por mim.

1) A civilização industrial do crescimento econômico se esgotou na depredação ecológica e na divisão social. Se nada mudar, em poucas décadas, o aquecimento global desarticulará a economia e banirá a vida de muitas regiões do planeta. A desigualdade social se transformará em apartação social e quebrará o sentimento de semelhança entre os seres humanos.

2) A alternativa socialista se esgotou na ineficiência econômica, na falta de liberdade individual, na depredação ecológica e na constatação da falsa igualdade entre cidadãos.

3) O vazio de alternativas criou um sentimento de "fim da história", de "morte das ideologias" e "ausência de lideres", e deixou a política acomodada, impotente frente à marcha para a catástrofe do aquecimento global e da apartação global.

4) O Educacionismo defende a recuperação dos sonhos utópicos para a construção de um projeto civilizatório. Propõe como utopia a garantia da mesma chance para cada ser humano desenvolver seu potencial, conforme seu talento e sua persistência.

5) A mesma chance entre classes será obtida (i) por uma revolução educacional, que garanta a cada criança o acesso a uma escola com a mesma qualidade, qualquer que seja sua classe social ou a cidade onde ela viva, e (ii) pela adoção das medidas necessárias para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável que assegure os benefícios do desenvolvimento para as próximas gerações.

6) A escola de qualidade para todos exige padrões nacionais de equipamento e conteúdo, e um alto padrão nacional de salário e de formação do professor, que passa a ser visto como o principal agente da construção do programa e da utopia.

7) O educacionismo considera que o trabalhador do futuro deixará de ser operário e se transformará em operador, e que o capital-máquina será substituído pelo capital-conhecimento. Para tanto, a revolução educacional deverá ensinar um ofício moderno a cada jovem, ainda no Ensino Médio. Deverá ainda ir além da educação de base, fazendo uma refundação da universidade brasileira e criando os necessários centros de geração de ciência e tecnologia, em todas as áreas do conhecimento, garantindo a cooperação entre os setores públicos e privados.

8) Esses instrumentos revolucionários, necessários para a construção da utopia, exigem uma base eficiente nos sistemas político, social e econômico: (i) político: a definição de regras duráveis, que possam reger o processo democrático, garantir as liberdades individuais, assegurar justiça sem privilégios, dar poder ao eleitor e incentivar a participação popular e o respeito aos Três Poderes; (ii) social: assegurar a todos o acesso a saúde, moradia, água, esgoto, coleta de lixo, transporte público, serviços culturais; (iii) econômico: equilibrar as contas públicas, construir a necessária infra-estrutura de energia, transporte e serviços de logística, e dar um choque de eficiência na gestão dos negócios públicos e privados.

9) Consciente de que essa base eficiente e os instrumentos transformadores demorarão a apresentar resultados, o educacionismo considera necessário lançar um programa emergencial para enfrentar três problemas: o desemprego, a violência e a corrupção.

10) Na visão educacionista, o processo político se faz não apenas pelos filiados aos partidos organizados em siglas, mas sobretudo por militantes organizados em torno da causa educacionista, seja no processo eleitoral, seja nos movimentos sociais ou nas manifestações organizadas na rede virtual.
(Fonte: site www.cristovam.com.br)
(Foto utilizada: site www.albertsabin.com.br)