14 de novembro de 2007

Democracia ou Plutocracia?

A democracia é assim denominada por ser a forma de poder na qual as escolhas estão na mão do povo. Isto é, a teoria assim a denomina. Mas será que existe ou poderá um dia existir de fato democracia?

A democracia tem como premissa básica a condição de um voto por cabeça. Assim, independente do poder econômico ou intelectual as pessoas têm o mesmo poder de escolha. Por isso dizemos ser um regime representativo, todo o povo vota e os governantes representam todo o povo.

Não é preciso argumentar para que se saiba que não é isto o que ocorre, todos vemos. Os governantes representam, em sua maioria, uma minoria da sociedade e isto é facilmente comprovado pelos maiores beneficiário das decisões dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário.

Acredito que o fator de maior relevância pra que haja esta discrepância se chama Lobby. Esta é a ferramenta utilizada pela parte da sociedade que é de fato representada, à revelia do restante da população.

Porém, este é considerado por muitos um instrumento importante da vida democrática. Seria uma ferramenta de comunicação. Grupos organizados se utilizariam do Lobby para pressionar as instâncias tomadoras de decisões para que estas sejam favoráveis a suas demandas.

Isto se aplica também a outros planos, como as famílias e empresas. Um empregado faz Lobby para que o seu projeto seja aprovado pela gerência. Um filho faz Lobby para que os pais aprovem uma viagem de férias e assim por diante.

O Lobby seria então mais que importante, seria necessário para comunicar os anseios dos representados aos tomadores de decisão. As decisões seriam tomadas, em tese, por uma síntese dialética das reivindicações, maximizando a satisfação das necessidades demandadas.

A questão recai, então, sobre os fatores éticos e econômicos da ferramenta. O Lobby efetuado por um ramo forte da economia teria o mesmo peso que o Lobby exercido pelas associações de bairro? Seria ético fazer Lobby para aprovação de uma medida sabidamente maléfica à sociedade como um todo para benefício econômico de poucos?

Os descaminhos desta prática vão além do poder dos votantes. Este mesmo poder é relativo. O poder econômico, que tudo pensa comprar, também compra os meios de comunicação de massa, tão dependentes do capital. Ele compra com o objetivo de “vender” idéias aos eleitores, isto apenas para exemplificar o âmbito eleitoral. No final nós não sabemos se estamos escolhendo nossos representantes ou representantes de outrem.

Sendo o ser humano muito fácil de manipulação psicológica e social, ficam as questões: a democracia será aplicada de forma ética um dia? O poder do capital deixará de exercer poder de decisão maior que o poder social?

Não sei as respostas. Sou inclusive meio pessimista a este respeito. Porém, uma coisa pra mim é certa: existe uma maneira de diminuir o poder do capital e aumentar o poder do povo que é a educação de qualidade e universal. No dia em que todos os filhos tiverem acesso a uma escola com a qualidade das escolas dos filhos dos ricos as forças terão medidas mais justas.

2 comentários:

Jan D. Walter disse...

Concordo com você que a educaçao pode equilibrar o poder plutocrático. E, afirmo que os lobbys sao importantes no processo democrático, porque sem eles as pessoas nao têm possibilidade de influenciar a política.
O grande erro das democracias nao é que haja lobbys, nem que os políticos deixem se influenciar por eles, já que é o dever dos políticos esctuar a voz do povo. O problema é por um lado esse que você menciona: As pessoas ignorantes nao têm como se decidir, se participar num lobby ou nao, por que nao sabem como, ou nem sequer exista algo semelhante.
Mas, esse nao é o problema da democracia, senao de cualquer sistema. O problema das democracias é que as pessoas, os políticos e os lobbys pensam que num sistema democrático nao pode haver decisoes errados, enquanto as decisoes sejam suportado pelo povo. Mas, a verdade é que o povo pode ser um déspota igual que uma pessoa só.
Principalmente as ideias socialistas sao perigosos para uma democracia, porque o socialismo destrói a liberdade e a democracia junta.
O tercero problema do Brasil é que nao há direito, ou, que os direitos só funcionam quando você tem uma lobby ou dinheiro. As leis sao boas, mas nao têm a mesma validade para todo mundo.

Anônimo disse...

A organização política ou governo do povo que se funda na soberania popular e na distribuição equilibrada do poder, não pode perseverar como regime infenso à evolução das instituições sociais e, nem deve tampouco servir como sustentáculo para a salvação de movimento sagaz, hostil a inovações políticas e sociais que não sejam comprometidas com mudanças que aspirem aos aprimoramentos, ou à renovações que beneficiem a absoluta maioria do povo.
A organização política ou governo do povo não pode servir apenas de base, ou fundamento na escolha por meio de pleitos sub-reptícios de venais e falazes representantes profissionais matreiros, que com léria intrujam e nada dizem respeito de exprimir ou resguardar os interesses da maioria. A doutrina ou regime politico fundamentado nos princípios da soberania popular e na distribuição equilibrada do poder, não pode servir como embuste legitimando pleitos desleais que asseverem o domínio politico de interesses das instituições que defendem a estrutura econômica que privilegia a parte menos numerosa da sociedade, a qual usa do poder econômico para efetivar ou autopromover seus venais “representantes profissionais” matreiros, apaniguados e populistas.
A organização política ou governo do povo tem que trabalhar em proveito, ou em defesa dos interesses da maioria objetivando sempre a realização de uma aplicação sensata da atividade racional na produção dos bens materiais e espirituais, a fim de que a absoluta maioria possa conquistar os benefícios e oportunidades indispensáveis de que precisa. E, não obstante, os meliantes, desleais ou capciosos “representantes profissionais” matreiros que procedem politicamente estimulando as paixões populares em busca de vantagens políticas pessoais, ou que apegam-se às tradições e rejeitam todo tipo de inovações politicas e sociais e, que passam sempre a fingirem enganando a absoluta maioria com falsas devoções ou acordos fraudulentos, conluios e negociatas, ou atitudes politicas que consistem em fazer promessas de realizações maravilhosas para criarem uma situação de expectativa e esperança para iludirem o povo.
Para fortalecerem a Democracia e conquistarem os poderes políticos conjuntamente com seus reais e verdadeiros representantes altruístas afeiçoados a renovações politicas, morais ou sociais, devem renhir constantemente contra os que pugnam pela conservação do estado atual político ou social. E, para conquistarem os benefícios imprescindíveis de que precisam, o poder popular da absoluta maioria tem que evitar que o regime de exploração do poder econômico que serve aos interesses da burguesia, deixe de induzir as massas ao erro, quando os poderosos enganam para dominar e oprimir os menos favorecidos. E, mais adiante, a absoluta maioria tem que ser organizada, esclarecida e bem informada para fortalecer a Democracia e alcançar a faculdade e o direito de deliberar e agir para a conquista do poder político. E, do mesmo modo, jamais permanecerem acreditando ou deixando tudo em “mãos” de palradores “representantes profissionais” corruptos, demagogos, aproveitadores e vigaristas hostis a inovações políticas e sociais, os quais usam de qualquer expediente apenas para alcançarem promoções e vantagens pessoais, enganando e controlando a vida da absoluta maioria, sem sequer prestarem serviços destinados a proporcionar melhorias de condições sociais para mudar realmente a vida dos menos favorecidos.
E, por conseguinte, a absoluta maioria não deve ficar conformada em viver padecendo e morrendo para alimentar os donos da situação, ou seja, aceitando a tudo que a máquina destinada a manter o domínio da minoria privilegiada fique determinando no tempo ou no momento em que os poderosos que detém mais privilégios venham a servir-se todas as vezes do exercito, da “justiça”, das prisões e dos órgãos punitivos, para assim, manterem-se no poder a qualquer custo, afastando e subjugando a absoluta maioria ou para deixa-la submissa, alheia e afastada da direção e gestão dos assuntos públicos e sociais.