23 de setembro de 2007

Relatividade Brasileira ou A Morte da Dúvida

Depois de algumas conversas durante a última semana, a dúvida que reinava foi deposta. Dúvida em relação ao posicionamento no processo contra o Senador Renan Calheiros.
Ainda entendo, em parte, a construção do argumento dos que votaram a favor da manutenção do mandato do Senador Renan Calheiros. É muito frustrante ver os valores éticos serem defendidos apenas quando há interesse da elite e da mídia. É muito desconcertante, para políticos que passaram a vida criticando a corrupção da direita, ver uma campanha de massa jogar todas essas mazelas na costas da "esquerda". Pior ainda quando isso tem o claro intuito de destituir do poder forças populares para substituí-las por outras da elite.

Porém, com todos os argumentos possíveis de entendimento, mais uma vez a relatividade entra em jogo no Brasil. A mesma relatividade mãe do jeitinho brasileiro, que tanto nos atrasa. A mesma lei que nos faz votar nos menos ruins. A mesma que propaga que o bom é ser mediano, o melhor é não ser o melhor, para não se destacar nem ser perseguido, .

Pois é exatamente esta relatividade brasileira que nós não devemos aturar nem propagar. Mesmo estando nas entranhas da nossa cultura, isso deve ser expurgado. Afinal, a cultura é algo mutante e nós temos que evoluir, como pessoas e como sociedade. A luta interna e individual contra este inimigo é um bom começo para a evolução.

Retomando ao fim da dúvida: Lembrar da relatividade no comportamento do povo brasileiro me fez ver que a minha dúvida era, mais uma vez, um comportamento decorrente destes valores. Ora, mas se precisamos lutar contra eles, então a minha dúvida era na verdade inconsistente. A dúvida morreu. E a conclusão é muito simples, mesmo que não tenha sido tão fácil vê-la. A ÉTICA não pode ser relativizada. Só assim sairemos desse mar de lama em que a sociedade brasileira vive. A sociedade toda, não apenas o congresso nacional, como alguns insistem em dizer.

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